Se só recuarmos até ao século XIX a métrica ternária está intimamente ligada com a valsa, dança de origem austríaca que, quando foi introduzida em 1816 nos bailes reais em Inglaterra, foi considerada indecente.
Nada melhor do que vermos para percebermos o nível de “indecência” da valsa vienense… O compositor é Johann Strauss Jr.
Tchaikovsky – VALSA DAS FLORES
Dmitri Shostakovich – VALSA N.º 2
O gosto pela métrica ternária também passou pela música francesa:
Edith Piaf – LA FOULE
Jacques Brel – LA VALSE À MILLE TEMPS
“La valse à mille temps” tem a particularidade de ter sido composta com um aumento progressivo do tempo – o accelerando.
O Jazz é um “fan” da variedade métrica, daí que a métrica ternária seja para ele uma amiga de longa data.
Bill Evans (piano) – SOMETIME AGO
Stan Getz (saxofone tenor) – SOMETIME AGO
No tema original de Bill Evans “Sometime Ago”, tocado pelo próprio, a métrica ternária não é logo percetível na introdução do pianista, o contrabaixo junta-se como se fosse um par de dança e, num tempo rubato, ajuda a delinear a métrica que fica completamente definida com a entrada da bateria.
Na sua versão de “Sometime Ago”, Stan Getz (canal direito) opta por um andamento mais rápido e estabelece a métrica ternária logo no começo do tema.
O balanço da métrica ternária não passou despercebido ao Pop e ao Rock que também a integraram no seu vocabulário musical.
The Beatles – NORVEIGEAN WOOD
The Smashing Pumpkins – OBSCURED
Metallica – NOTHING ELSE MATTERS
Paramore – THE ONLY EXCEPTION
Vamos lá ver quem consegue pescar mais melodias em métrica ternária no Mar das Músicas que nos rodeiam!